domingo, 19 de abril de 2015

Jardim é a cidade de MS que mais preserva o bioma Mata Atlântica

A informação é da SOS Mata Atlântica, com base em levantamentos do INPE e faz parte do Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, que foi lançado ontem

Marcos Morandi
Do Progresso
O município  faz parte do complexo da  Serra da Bodoquena ,  conseguiu manter  79% de preservação da vegetação natural da Mata Atlântica, de 2012 a 2013. (Foto: Rios Vivos) 
O município faz parte do complexo da Serra da
Bodoquena , conseguiu manter 79% de preservação
da vegetação natural da Mata Atlântica, de 2012 a 
2013. (Foto: Rios Vivos)

O município de Jardim, localizado na região sudoeste, é o que mais conserva a Mata Atlântica em Mato Grosso do Sul, com 79% de preservação da vegetação natural. A informação é da Fundação SOS Mata Atlântica, com base em levantamentos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e faz parte do Atlas dos Municípios da Mata Atlântica que foi lançado ontem (17). Depois de Jardim, aparecem Bodoquena, com 65% e Bonito, com 60%, ambas do sudoeste. No Estado, 33 cidades fazem parte do bioma.
A extensão territorial de Jardim é de 2.201,514 quilômetros quadrados, com 24.346 habitantes, com um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0,712. É um dos quatro municípios que fazem parte do complexo turístico do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, ao lado de Guia Lopes da Laguna, Bonito eBodoquena), apresentando grande potencial turístico. Jardim também possui um grande potencial no segmento do turismo.Sua economia é baseada na pecuária e na agricultura.
Um dos aspectos favoráveis à preservação da Mata Atlântica é a existência de um plano diretor que contribui para a redução do desmatamento, conforme o que estabelece o artigo 43, que diz: “A Zona de Ocupação Especial (ZOE) é definida por áreas verdes, remanescentes, áreas ambientalmente frágeis, e áreas próximas que devem ser protegidas, localizadas junto aos grotões e às nascentes”. Segundo o mapeamento da Fundação e do INPE, no período 2012 e 2013, alguns municípios sul-mato-grossenses apresentaram estatíticas alarmantes. Os percentuais ruins, no entanto, não chegam a fazer parte das primeiras colocações do ranking negativo, mas podem comprometer a existência da Mata Atlântica nestas localidades. É o caso de Coronel Sapucaia, Dourados e Brasilândia, que mantém apenas 6% desse tipo de vegetação.
Conforme os dados da Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que mapeou 3.429 municípios da Mata Atlântica, Piauí (PI) e Minas Gerais (MG) são os estados que lideram o desmatamento do bioma. Os destaques negativos ficam as cidades de Manoel Emídio (PI) que teve uma perda de 3.314 hectares, seguidas por Alvorada do Gurguéia (PI), com desmatamento de 2.491 hectares, Águas Vermelhas (MG) e Ponto dos Volantes, que desmataram, respectivamente, 843 e 720 hectares.
Os municípios têm de fazer sua parte na proteção da floresta mais ameaçada do Brasil e uma das principais formas de contribuir é através da elaboração e implementação dos Planos Municipais da Mata Atlântica. Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, explica que o plano traz benefícios para a gestão ambiental e o planejamento do município. “Quando o município faz o mapeamento das áreas verdes e indica como elas serão administradas – por exemplo, se vão virar um parque ou uma área de proteção ambiental – fica muito mais fácil conduzir processos como o de licenciamento de empreendimentos. Além disso, é uma legislação que coloca o município muito mais próximo do cidadão”, afirma ele.


   

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