sábado, 27 de setembro de 2008

Presidente do PSDB diz que racha já passou dos limites (Tribuna da Imprensa)

RECIFE - O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, disse ontem, no Recife, que "já passou, e muito, dos limites" a briga dos tucanos em São Paulo, divididos entre as candidaturas Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM). "Se brigarmos no primeiro turno de maneira muito estridente, nos prejudicamos, desconstruímos a nossa imagem e não ajudamos para que todos se juntem como devem se juntar para uma luta no segundo turno, que não será fácil, afirmou".

"Temos mais chances, mas será sempre uma luta dura". Guerra deu as declarações ao receber o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB). Ambos farão campanha em quatro cidades - três em Pernambuco e uma em Campina Grande (PB) - em favor de candidaturas tucanas.

Sérgio Guerra reforçou que não cabe ao partido nacional nenhum tipo de intervenção direta na campanha de São Paulo. Quanto à defesa do presidente do conselho de ética do partido em São Paulo, José Henrique Reis Lobo, de expulsar os tucanos que dão apoio a Kassab, ele observou que os processos de afastamento e expulsão têm suas regras e tramitação próprias que devem ser respeitadas.

"O que vamos fazer é dar prosseguimento a qualquer um desses processos e respeitar o amplo direito de defesa, cumprir o estatuto", afirmou ao reforçar que os companheiros que não acatam a convenção do partido têm postura "equivocada" e que a divisão corre o risco de enfraquecer o partido e a oposição. "Nosso adversário é Marta".
Falta oposição

Sobre a campanha eleitoral no Recife, Guerra responsabilizou a oposição por uma eventual derrota nas urnas. "Houve seguramente falta de oposição ao prefeito João Paulo, do PT", avaliou. "João da Costa não é o candidato, o candidato é João Paulo e faltou oposição mesmo". Para ele, faltou oposição à sua administração. "A oposição no Brasil está muito fraca, a oposição no geral", ampliou.

Indagado se era difícil fazer oposição ao presidente, Guerra, afirmou que não. "Quando entramos em sintonia com o povo derrotamos a CPMF, contra Lula. Falta sintonia com o povo, não só nós, a categoria política de modo geral", afirmou, ao destacar que o presidente Lula se exclui da categoria política, "nada tem a ver com ele, faz cara de paisagem".